Maioridade Penal – Parte III

Uma coisa muito importante é a questão do emprego, que ajudaria a tirar muitos jovens da marginalidade.

Através de um convênio com a Febem, a empresa em que trabalho contrata menores infratores com um mínimo de seis meses em Liberdade Assistida (LA) e também aqueles que estão na Fundação por problemas familiares (pais cumprindo pena, por exemplo).

São jovens de 16 e 17 anos com escolaridade a partir da 7ª série (devem estar estudando), que apresentam bom comportamento e potencial, são encaminhados pela Febem e que passam por um processo de seleção com entrevista na empresa. O objetivo é fazer com que adquiram hábitos, experiência e atitudes indispensáveis a seu engajamento no trabalho produtivo e à convivência social, contribuindo para a sua formação e desenvolvimento social.

Recebem bolsa (cerca de 1 s.m.) e benefícios; recebem orientações profissionais; são constantemente avaliados (desempenho, relacionamento, pontualidade, assiduidade etc.); não podem exceder 25% de faltas na escola, por bimestre; etc.

A grande maioria se dá bem e fica até atingir a maioridade, quando são desligados da empresa. Infelizmente, já houve casos de abandono de emprego, de reincidência (que gera reinternação) e demissão por má conduta.

Fora da empresa, têm que enfrentar o concorrido mercado de trabalho como todo mundo. Mas, creio eu, estes dois anos que passam aqui servem para lhes dar uma visão diferente das coisas, para resgatar sua auto-estima e para lhes dar esperança de um futuro melhor.

E mais: iniciativas deste tipo mantém os jovens ocupados, evitando a “cabeça vazia - oficina do diabo”