Este post eu deveria ter publicado há três semanas.

"Eu trabalhei numa gráfica entre 90 e 97. A grande maioria dos funcionários era homem, claro. Só no escritório, onde eu trabalhava, eram 10 homens, incluindo 5 vendedores que não ficavam o tempo todo lá. Eram 4 palmeirenses, 1 santista, 1 são-paulino e 4 Corinthianos. Era uma puta bagunça! Muita piada, muito palavrão, muito papo sobre mulher-e-sexo e, principalmente, muita discussão sobre futebol (com direito a bolão). E mais: tudo era motivo de aposta.

Quando o parmera saiu da fila em 93 tivemos que aturar a gozação, mas pelo menos pudemos comer o leitão a pururuca que o patrão fez pra comemorar. Quase não fui. Não pq era uma comemoração, mas pq queriam que eu vestisse a camisa da parmalat. Sacrilégio! Ainda bem que deixaram pra lá, o leitão tava ótimo! Enfim, apesar de ser muita zoeira, era tudo feito com muito bom humor, sem ofensas nem desrespeito.

Saí da gráfica e de lá pra cá nunca mais tive uma turma como aquela, nem colegas que gostassem tanto de futebol quanto eu. Seja no trabalho, seja na faculdade.

O que me fez pensar nisso tudo foi uma foto do Maracanã vazio no clássico Vasco e Fluminense. Deu saudade da galera da gráfica. Deu saudade do divertido Maciel no rádio: "o futebol é a vida, colorida e gostosa de ser vivida".

Parece que já não se gosta de futebol como antes."

Pq não postei? Pq encontrei uma tábua de salvação: o blog do Fernando Galvão. Lá se discute futebol (e não apenas futebol, mas vários assuntos) com bom humor e respeito, como na época da gráfica.

Em tempo: Fernando, tudo tem um lado bom, né? Mas precisava ser seis?!?!?!