TUDOJUNTOMESMO!

Este blog é um canal pra gente falar, sobretudo, sobre tudo. O nome? Ah, é uma alusão à pergunta que não quer calar: por que tudo junto escreve separado e separado escreve tudo junto? Então vai TUDOJUNTOMESMO!

quinta-feira, outubro 16, 2003

Hj vou falar, atrasadíssimo, sobre uma matéria que saiu no Fantástico no domingo passado. O atraso ocorreu pq eu não ia falar sobre isto, mas ontem minha irmã tocou no assunto e acabei mudando de idéia.

Mas antes algo que minha irmã me contou:
Ela tava fazendo meu sobrinho Lucas, de dois anos dormir e começou a cantar Boi da Cara Preta. E o Lucas: "Boi, não! Bicho papão!" Essas crianças de hj... Já estão até escolhendo o que querem ouvir na hora de dormir!

Voltando ao Fantástico: estão querendo mudar (e em algumas escolas já estão mudando) as letras de algumas clássicas cantigas infantis.

Por exemplo:
ATIREI O PAU NO GATO
Não atire o pau no gato-to / Por que isso-so / Não se faz-faz-faz / O gatinho-nho / É nosso amigo-go / Não devemos / Maltratar os animais / Jamais!!!

BOI DA CARA PRETA
Boi, boi, boi / Boi do Piauí / Pega essa criança que não gosta de dormir.

O CRAVO E A ROSA
O cravo ficou doente / E a rosa foi visitar / O cravo teve um desmaio / E a rosa pôs-se a chorar.
A rosa deu um remédio / E o cravo logo sarou / O cravo ficou curado / A rosa o abraçou.

A alegação é de que as letras ficariam politicamente corretas e menos agressivas, de modo que as crianças não se tornassem agressivas e nem ficassem traumatizadas.
Até que não ficou (muito) ruim, mas... Quiqueisso? Ouvi tanta cantiga quando era criança e não tenho nenhum trauma e nem fiquei agressivo. (Dentro das possibilidades, eu sou normal!) Da mesma forma que todo mundo que conheço. Quem ficou agressivo ou tem algum trauma, ficou assim por outras motivos. E mais: duvido que as crianças prestem muita atenção nas letras, elas estão mais interessadas na melodia e nos gestos que fazem ao cantar.

Como disse um cara na mesma reportagem, se as crianças tomassem tudo ao pé da letra "não ia sobrar gato pra contar a história".